terça-feira, 22 de novembro de 2011

In memory .. '

- Este pequeno relato é uma dedicação e homenagem a Rodrigo Jambor falecido no dia 14 de Novembro de 2011 e a sua família, parentes e amigos que choram por este ocorrido ...



In memory ‘

Abria meus olhos, um novo dia estava bem diante de mim, era manhã de sábado, a poucos minutos estaria na catequese da Igreja a qual freqüentava.
Como de costume, encontrava-se eu quieto no canto da sala. A timidez sempre foi algo marcante na minha personalidade. Tal fator já me atrapalhou em diversos momentos, por outro lado foi de extrema importância também, pois ela facilitava e dava certeza de quem realmente tratava-se dos meus melhores amigos.
Naquele dia, recordo-me pouco, porém lembro-me de ser uma das primeiras aulas de catequese. Não conhecia ninguém a princípio, todos os alunos de nada reparavam e muito menos se aproximava de mim, quando certo garoto sentou-se ao meu lado. Seu nome: Rodrigo. Eu tinha 9 anos, ele tinha 8. Rodrigo era o aluno mais comunicativo e extrovertido da turma, talvez até mesmo da Paróquia inteira, o famoso Rodrigo filho da catequista Mônica.
Com o passar do tempo, ele, por algum motivo insistia em querer fazer amizade comigo. Perguntava-me o porquê disso, afinal de contas, com meu jeito quieto de ser, sempre na minha, o que um dos garotos mais conhecidos da Paróquia esperava de mim? Então esqueci esse questionamento e decidi em fim tornar-me seu amigo.
Nossa amizade fortificou-se, e a todo instante estávamos juntos na igreja, em todas as aulas de catequese fazíamos as lições juntos e ficávamos por perto. A preparação para primeira eucaristia terminou e finalmente completamos a jornada de aulas. Jamais esquecerei da minha 1° Eucaristia, um dos dias onde mais chorei de emoção na vida, e do meu lado lá estava o Rodrigo, chorando e também muito emocionado com aquele momento.
Passaram-se alguns dias, e o Rodrigo me convidou para se tornar coroinha da Paróquia, nós faríamos parte do primeiro ciclo de coroinhas daquela Paróquia desde a ordem Agostiniana ter lá se alojado. É ai que eu digo que ele teve importância talvez fatal na minha história. Assim terminada as aulas da 1° Eucaristia, não encontrava tantos motivos para continuar a caminhada, era pequeno demais e não compreendia ainda o tamanho do valor de estar buscando a Deus, minha mãe trabalhava na Igreja, contudo, dentro de casa o relacionamento dela com meu pai nunca ia bem, isso me incomodava bastante e sugeria dentro de mim: “Ir para Igreja? Quanto tempo sua família está dentro da Igreja e não encontra paz?”. Eu aceitei o convite, e me tornei junto dele coroinha, se não tivesse aceitado, possa ser que meu coração esfria-se e diante as situações hoje não fosse quem sou e não teria esse amor tão grande por Deus.
A época de coroinha com certeza foi uma das melhores épocas da minha infância. Fiz boas amizades, gostava de atuar nessa função, me divertia, aprendi muito, e meu amor por Deus cresceu demais, além disso, tive bons momentos com o Rodrigo, atuamos em várias missas, não só na nossa Paróquia e também em outras.
Rodrigo deves em quando dormia na minha casa, ia a algumas festas da minha família, meus avós gostavam dele, etc.
Novamente, manhã de sábado, tive uma notícia, o Rodrigo juntamente com sua família se mudaria para Santa Catarina. E assim aconteceu, nessa época eu tinha 13 anos. Depois dessa data, anos se passaram, e nunca mais tive notícias dele. Nos meus 16 anos de idade, ainda atuava como coroinha, porém já estava para abandonar o grupo e passar a participar do movimento A.J.A (Adolescentes junto a Agostinho), um movimento que estava nascendo na Paróquia.
O Rodrigo voltou a morar na Pavuna. Quando soube disso, arranjei o telefone da residência dele, falei com ele e o convidei para voltar para o grupo de coroinhas. No sábado seguinte, lá estava ele, retornando. Todavia, já na outra semana ele não apareceu mais.
E dessa maneira, definitivamente nunca mais nos falamos. Passando pelas ruas às vezes me esbarrava com ele, o Rodrigo já não era a mesma pessoa.
Ontem, dia 21 de Novembro de 2011, me arrumei e fui à missa. Chegando lá, surpreendentemente eu vejo sua mãe e sua irmã sentadas bancos a minha frente, elas apresentavam suas faces tristes e choravam abraçadas com outros parentes. Eu olhei por todos os lados procurando o Rodrigo, porém não o encontrei, quando o Padre celebrante da missa anunciou o nome dos falecidos o qual completavam exatamente 7 dias de partida, e o nome do Rodrigo estava entre eles, foi quando eu me toquei do que havia acontecido, meu velho amigo morrera a sete dias atrás... Fui pego de surpresa e se quer sei como ele se foi.
Hoje estou aqui, respirando, vivo. Fizemos nossas escolhas, seguimos caminhos diferentes, situações diferentes, eu sempre estive firme e mantive Deus sempre por perto, o Rodrigo, não tenho certeza de nada, não sei as escolhas e decisões que ele tomou, e se manteve Deus ao seu lado, não quero ser grosseiro e tão pouco insensível, pois estou muito abalado com essa notícia, ele faz parte da minha história, e sempre gostei muito dessa pessoa, mas acho que se ele não excluísse Deus, o fim da sua história seria outra. Apesar de tudo, conheço a misericórdia de Deus, e perante a vida sofrida que meu amigo teve, provavelmente nesse momento, ele está em boas mãos, junto de nosso Pai Celeste.
Amizades verdadeiras talvez não seja somente aquelas a qual dura eternamente, ou aquela pessoa que está sempre ali do nosso lado, mas também são aquelas que guardam a pessoa na memória, e lhe traz grandes e boas lembranças, e principalmente tiveram papel importante no desenrolar de nossas histórias. O Rodrigo foi uma dessas pessoas, e sei que aquele convite me chamando para tornar-me coroinha junto dele, foi crucial, pois foi o que me motivou a continuar dentro da Igreja e criando esse amor enorme que tenho por Deus, e todos que me conhecem sabem do valor extremo o qual Deus faz na minha vida, e que sem Deus, eu não seria esse Rafael.  
Por isso, oro agora na intenção de o Rodrigo estar ao lado da pessoa que mais amo e confio nessa minha vida: Deus.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

" Aquela voz demoníaca me dizendo: Desista! Eu respondo: ainda não... "

           
            Quando o medo e a decepção chegam em fim ao meu encontro, um oceano de tristeza afoga-me dentro da sua vasta imensidão. Não, não é fácil ter de erguer a cabeça e começar tudo do zero. Depois de tantas tentativas, todas elas com o destino ao fracasso. A vontade que dá de gritar até que minhas forças se acabem se torna enorme. E aquela voz realmente demoníaca sugerindo-me: “Vês, tu és um derrotado, quantas e quantas vezes já tentou e nunca consegue alcançar teu objetivo, desista de uma vez! Desista!“.
A única saída parece ser dizer sim a essa vós, e dessa forma aceitar a condição de derrotado, perdedor. Todavia, existe algo em mim fervoroso, poderoso, e gigantesco, algo no qual me motiva a querer continuar e não desistir, recomeçar a andar, costumo chamar isso de Deus e força de vontade. Já perdi a conta das vezes onde me vi caído, mas não posso desistir, tenho de me levantar e me por de pé, me por à batalha, se eu terei de ser derrotado será com muito esforço, pois jamais desistirei. E ai lembro-me da vós que insiste em dizer: “Desista!”, eu a respondo com as seguintes palavras: “Derrotado sempre será tu! Vós me diz que tantas vezes já tentei e nunca consigo, e você? Tantas tentativas de me convencer a desistir da minha caminhada, e nunca consegue! E jamais conseguirá! Felizmente nego suas propostas, pois eternamente continuarei tentando, e é certo, um dia chegarei lá, mesmo caindo e se levantando repetidamente.”.
É preciso entender, não existe vitória sem batalhas, sem suor. Não importa se somos feridos, machucados com a vida, com as pessoas, ninguém poderá trazer a vitória a nós, depende de cada um, é preciso resgatar nossas forças, mesmo quando a dor, a solidão, o sentimento de incapacidade vier nos visitar, sempre há uma escolha, a escolha de persistir na vitória. E é necessário ressaltar, se Deus não estiver à frente, tudo o que escrevi aqui perde totalmente o sentido, porque sem Deus é impossível vencermos. Ele é o único “combustível” confiável! Talvez você me ache maluco, porém lhe convido a experimentar Deus em tua vida, experimentá-lo verdadeiramente, assim verás a proporção da originalidade e certeza desta frase: “Ele é o único combustível confiável!”
E aqui estou eu, recomeçando. Se não existisse a oportunidade de recomeçar, esta palavra recomeçar não estaria no dicionário... Lá vou mais uma vez, pronto e decidido a vitória, seja tão difícil e complicado como for, jamais desistirei.